Se realmente estamos sendo visitados por seres de outras paragens do Universo, creio que isto só seria possível se os mesmos possuíssem conhecimentos e tecnologia a ponto poderem manipular a gravidade.
Para nós, a natureza desta força segue sendo um mistério.
O físico do IAG (Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas) da USP, Mário Novello afirma que o número 10 elevado a 120 representa a coisa que existe em maior quantidade em todo o Universo: grávitons.
Ele afirma ainda que o gráviton - partícula associada à força da gravidade - deve ter uma massa. É uma afirmação audaciosa, sobre algo que os físicos nem são capazes de dizer que existe de fato, apesar de claramente prevista no Modelo Padrão da Física Quântica.
Aqui entra o conflito entre a relatividade geral e a mecânica quântica, as duas teorias fundamentais da física contemporânea. A primeira só diz respeito à gravitação, que interpreta como um fenômeno geométrico, derivado das próprias características do espaço-tempo. A segunda abarca as três outras forças da natureza, que mantêm os núcleos atômicos coesos, explicam os processos radioativos e os efeitos elétricos e magnéticos.
Para a mecânica quântica, as forças são carregadas por partículas. Por exemplo, as forças eletromagnéticas são transmitidas pelos fótons.
A concepção do gráviton é uma tentativa de conformar a gravidade ao esquema de mundo da mecânica quântica - esforço importante para entender objetos em que tanto os efeitos gravitacionais quanto os efeitos quânticos são importantes, como os buracos negros (astros tão densos que a gravidade impede até a luz de escapar deles).
Quando Einstein aplicou suas equações da relatividade ao Universo inteiro, chegou à conclusão de que elas só podiam representar um cosmo em expansão ou em contração. Isso não casava com a visão que Einstein tinha do Universo - para ele, o mundo era infinito e estático. Então, ele ‘reformou’ a relatividade, incluindo mais uma letra nas equações: lambda, também chamada de constante cosmológica.
Em 1929, o astrônomo americano Edwin Hubble descobriu, por observação, que as galáxias estavam todas se afastando umas das outras, a grande velocidade. Ao que tudo indicava, o Universo estava mesmo em expansão. Einstein então teria dito que havia cometido o maior erro de sua vida ao não ter acreditado na própria teoria.
Desde então, a idéia da constante cosmológica tem renascido váarias vezes para explicar problemas cosmológicos. Houve quem a usasse para esclarecer detalhes da inflação - período inicial do Universo em que ele se expandiu mais rápido do que seria possível em circunstâncias normais. Outro uso da constante é para explicar a energia escura - misteriosa força que faz com que o Universo esteja se expandindo em ritmo acelerado.
Novello agora apresenta outra circunstância em que a constante cosmológica pode ser aplicada. Segundo ele, lambda pode representar o valor da massa do gráviton. Para ele, caso as equações de Einstein de 1917 sejam as corretas, a massa do gráviton é diferente de zero. ‘É um valor muito pequeno, mas ainda assim não-nulo’, afirmou Mário Novello.
Essa conclusão, publicada pelo físico num artigo na revista científica ‘Classical and Quantum Gravity’, chamou a atenção da comunidade científica. Foi um dos dez estudos mais lidos nessa publicação no ano passado.
Num estudo ainda não publicado, ele conseguiu ligar um número que Weinberg chamou de ‘quebra-cabeça da constante cosmológica’ à hipótese dos grávitons com massa. ‘Weinberg chegou a esse número, que é uma razão entre duas quantidades muito específicas na teoria de campos, e ele achou que esse número deveria representar alguma coisa real, uma existência física. Mas ele não tinha a menor idéia do que era’, explica Novello.
Para o pesquisador brasileiro, esse número, 10 elevado a 120, representa o número total de grávitons que existem no Universo observável. Por exemplo, os grávitons seriam 100 trilhões de bilhões de bilhões de bilhões de vezes mais numerosos que os fótons.
Não estaria aí a chave para abrir as portas das viagens interestelares? Manipular uma partícula tão abundante por todo o Universo e capaz de agir tão intrinsecamente sobre a matéria e até sobre a luz seria um achado e tanto.

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