Triângulo das Bermudas e Hidrocarbonetos
por "Hsette"

O Triângulo das Bermudas é uma região do o Oceano Atlântico ao largo da Flórida onde se afirma que muitos navios e aviões desapareceram misteriosamente. Também conhecido como o Triângulo do Diabo, é limitado por Melbourne (Florida), Bermudas e Porto Rico.

Triângulo das Bermudas e Hidrocarbonetos  Im_bermuda-triangle

Tomando como referência o ano de 1973 a Guarda Costeira dos EUA respondeu a mais de 8.000 pedidos de ajuda. Os relatos dizem que mais de 50 navios e 20 aviões se perderam na zona, durante o ultimo século.
Uma das explicações para o fenômeno no "Triângulo das Bermudas", e a mais aceita pela comunidade científica cita os hidratos de metano: uma súbita liberação de grande quantidade deste gás seria suficiente para afundar um navio. Já foram reportados acidentes aéreos envolvendo esta mesma liberação através de fendas na terra.

Gênese e migração do metano

O metano é o hidrocarboneto (carbono + hidrogênico) mais simples encontrado na natureza. Um átomo de carbono com quatro de hidrogênio.
Acredita-se que vastas quantidades de metano se formem sob pressão no interior da Terra (manto), bem como de outros corpos celestes.
A lista é grande: Marte, Júpiter, Marte, Saturno, Iapetus, Titã, Netuno, Tritão, Urano, Ariel, Miranda, Oberon, Titânia, Umbriel, Cometa Halley, Cometa Hyakutake, Traços de metano estão presentes na fina atmosfera da lua terrestre. Metano também é encontrado em nuvens interestelares.
Outras fontes na Terra: decomposição de resíduos orgânico; fontes naturais (pântanos); extração de combustível mineral.

A migração até níveis menos profundos ou na superfície é dada através de vulcões ou grandes estruturas geológicas (falhas), sobretudo nos limites de placas tectônicas.

Por vezes o metano primordial é acompanhado de hélio e ou nitrogênio. Nas áreas vulcânicas o metano reage com o oxigênio formando o dióxido de carbono que é expelido pelos vulcões.
Sabe-se que o fundo do oceano no Triângulo das Bermudas mantém grandes depósitos de gás metano.

Triângulo X Metano

Enquanto estudava estes hidratos gasosos, o Dr. Donald Davidson, um físico-químico canadense, propôs uma teoria que pode explicar os mistérios de desaparecimento de embarcações e aviões no local.
O Dr. Davidson recebeu sua graduação de MSc em química pela Universidade de New Brunswick, e seu PhD pela Universidade de Marrom. Ele foi por muitos anos um químico membro do Conselho Nacional de Pesquisa em Ottawa, até sua morte em 1986. Sua teoria foi proposta em 1984.

Sob enormes pressões e baixas temperaturas (como no fundo do mar), a água e as moléculas de gás formam hidratos gasosos. Estas combinações se assemelham ao gelo, mas, diferentemente do que ocorre na formação do gelo comum, as moléculas de água formam gaiolas que aprisionam moléculas de gás como as do metano. Os hidratos sólidos mantêm sua estabilidade até que certas condições, como temperaturas mais altas ou pressões mais baixas, causem sua decomposição. Esta decomposição lança quantias enormes de gás aprisionado.

O desaparecimento de navios e aeronaves pode ser resultado destas explosões naturais de gases. Elas poderiam transformar o mar, de maneira muito breve e sem qualquer advertência, em uma massa de espuma que poderia afundar qualquer navio na área. Como o gás metano sobe, um avião que voa através dele sofreria panes no maquinário, ou pior: qualquer faísca do motor poderia transformar a aeronave em uma bola de fogo voadora.

Quando Davidson propôs sua Teoria do Triângulo das Bermudas em 1984, a comunidade científica não a levou muito a sério. Porém, novas informações sobre explosões de gás que ocorrem naturalmente em hidratos (apresentados em uma reunião da Associação Americana para o Avanço de Ciência - American Association for the Advancement of Science, AAAS - em 1990), e os relatos de pilotos de aeronaves sobre jorros de água na superfície do oceano que poderiam ser resultantes destas explosões, prestam apoio à teoria do Dr. Davidson.

O experimento

Diante de tal evidência, pesquisadores passaram a questionar se isso, de alguma maneira, poderia afetar aviões que sobrevoavam a região. Para responder à questão, foi feito um experimento: investigadores recuperam o motor de um avião militar da década de 40 e o expõem a uma porcentagem de metano na atmosfera. Resultado: o motor deixa de funcionar quase imediatamente. Com esta nova evidência em mãos, eles passam, então, a acreditar que a presença repentina de metano na atmosfera pode facilmente afetar um avião que esteja voando a baixa altitude.

Ou pior: qualquer faísca do motor poderia transformar a aeronave em uma bola de fogo voadora.

Em outubro de 2003, o professor Joseph Monaghan e seu aluno David May, da Universidade Monash de Melbourne, na Austrália desenvolveram um modelo matemático confirmadndo a hipótese. O trabalho foi publicado no The American Journal of Physics.

O modelo matemático é baseado nos princípios da dinâmica de fluidos, velocidade, pressão e densidade do gás e da água.
O problema ocorre quando as bolhas chegam à superfície, já que se a embarcação não suporta as turbulências provocadas pela explosão das mesmas.

Ao explodirem, as bolhas liberam grande quantidade de gás: um metro cúbico de hidrato de metano contém 160 vezes mais gás que o mesmo volume na superfície.